MMIPO

Galeria dos Benfeitores

Galeria dos Benfeitores

Em 1885, o provedor Conde de Samodães incumbiu o engenheiro António Maria Kopke de Carvalho de apresentar um projeto para a construção de uma galeria, onde fosse possível expor de forma permanente e digna os retratos dos benfeitores da Misericórdia do Porto. O projeto inicial recebeu, posteriormente, algumas alterações da autoria do engenheiro José Isidro de Campos.

Construída pela Fundição de Massarelos, a Galeria dos Benfeitores foi inaugurada a 18 de maio de 1890 pelo provedor Castro e Solla. Para além das autoridades civis, militares e religiosas, na cerimónia inaugural estiveram presentes cerca de 3000 pessoas.

Anos antes, em 1887, fora redigido o primeiro regulamento do conservador da Galeria dos Benfeitores, tendo sido nomeado o pintor Joaquim Vitorino Ribeiro que, entre outras funções, procedeu à conservação e ao restauro de vários retratos.

Além da exposição permanente de retratos, o espaço acolheu desde a sua inauguração sucessivas exposições temporárias, tanto individuais como coletivas.

A Galeria dos Benfeitores constitui a génese do atual MMIPO e cumpre o desígnio do Conde de Samodães, pois continua a ser o ponto de convergência entre a Cidade e a Misericórdia, entre a história e a arte, entre o presente e o passado de uma instituição que se projeta para o futuro.


A construção da Galeria?

Em 28 de abril de 1887 foi assinado o contrato de execução da Galeria dos Benfeitores com a Companhia Aliança, proprietária da Fundição de Massarelos, estando presentes o provedor Conde de Samodães e Joaquim Carvalho da Assunção, representante da empresa. De acordo com a 14.ª condição do contrato, a Companhia obrigava-se a dar por concluída a obra num prazo de cinco meses, a partir desta data, o que não veio a efetivar-se por vários motivos. As obras de construção iniciaram-se a 9 de maio do mesmo ano.

O pavimento da Galeria?

Entre 25 de janeiro e 14 de fevereiro de 1888 decorreu o concurso público para as obras do pavimento da Galeria dos Benfeitores, saindo vencedora a firma Cudell & Monteiro pelo montante de 885 mil réis. Entre as condições expressas na base do concurso, encontrava-se a exigência de se empregar "mosaico alemão, de 1.ª qualidade, bem assente, de forma a não deixar a menor saliência". Coube à conceituada firma alemã Villeroy & Boch, de Mettlach, o fornecimento do mosaico.

As pinturas da Galeria...

Em 22 de maio de 1888 foi contratado o pintor ornamentista e decorador Amândio Marques Pinto para conceber os desenhos e realizar as pinturas das estruturas metálicas, os quais seriam submetidos à inspeção artística do conservador da Galeria Joaquim Vitorino Ribeiro. O preço global de toda a obra, acordado entre aquele artista e o provedor Conde de Samodães, foi de 400 mil réis.