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Comemoração dos 190 anos da morte dos Mártires da Liberdade

Os Mártires da Liberdade ou Mártires da Pátria, como são também designados, são doze homens que, no ano de 1829, foram sentenciados pelo regime Miguelista na sequência da rebelião liberal ocorrida em maio do ano anterior, nas cidades do Porto e de Aveiro.

Este facto revelou o exemplo de independência face ao poder político e de sentido de humanismo cristão por parte da Misericórdia do Porto, quando tratou de sepultar estes homens que foram sentenciados na Praça Nova, hoje Praça da Liberdade.

Com efeito, a 7 de maio de 1829 foram enforcados:

· Joaquim Manuel da Fonseca Lobo, natural de Lagos, assistente no Porto, tenente-coronel comandante de caçadores, n.º 11, solteiro, de 55 anos;


· Francisco Silvério de Carvalho Magalhães Serrão, natural de Figueiró dos Vinhos (1744), Comarca de Tomar, fiscal do contrato do tabaco na cidade de Aveiro, solteiro, de 50 anos;


· Francisco Manuel Gravito da Veiga e Lima, natural de Lisboa e assistente em Aveiro, cavaleiro professo da Ordem de Cristo, Desembargador dos Agravos na Suplicação, Corregedor do Cível da Corte, casado com D.ª Mariana Teixeira Pinto, de 53 anos;


  -  Manuel Luís Nogueira, natural da freguesia e honra de Baltar (1774) da Comarca de Barcelos, advogado de número da Relação do Porto, nomeado Juiz de Fora de Aveiro pela Junta do Porto, viúvo, de 54 anos;


 -   José António de Oliveira Silva e Barros, natural da cidade do Porto, nela morador, primeiro guarda-livros do real contrato do tabaco desta cidade do Porto, casado com D.ª Engrácia Emília de Oliveira Barros, de 47 anos;


 -  Clemente da Silva Melo Soares de Freitas, natural de Angeja (1802), residente em Aveiro desde criança, Juiz de Fora da Vila da Feira, solteiro, de 26 anos;


  -  Vitorino Teles de Meneses e Vasconcelos, morador em Ceira, Comarca de Coimbra, tenente-coronel do regimento de Milícias da Lousã, casado, de 44 anos;


 -   José Maria Martiniano da Fonseca, natural do Funchal, bacharel em Leis pela Universidade de Coimbra (1823), advogado no Funchal, solteiro, de 33 anos;


  - António Bernardo de Brito e Cunha, natural da cidade do Porto e nela morador, cavaleiro professo da Ordem de Cristo e da Ordem de Nossa Senhora da Conceição de Vila Viçosa, Contador da Fazenda Real na cidade do Porto, casado com D.ª Teresa Benedita Pedroso, de 47 anos;


    -   Bernardo Francisco Pinheiro, natural e morador na sua Quinta das Airas, na freguesia das Caldas de São Jorge, Concelho da Vila da Feira, capitão de ordenanças na dita Vila, casado, de 60 anos.

 

No dia 9 de outubro do mesmo ano, no mesmo local, foram enforcados mais dois jovens liberais:

· Clemente Morais Sarmento, Sargento de caçadores n.º 10, natural de Aveiro, solteiro, de 23 anos;

·  João Henriques Ferreira Júnior, estudante, natural da freguesia de Santa Cruz, Comarca de Albergaria-a-Velha, solteiro, de 29 anos.

 

Em 1878, transferiram-se os restos mortais destes homens da Igreja da Misericórdia para o mausoléu que se encontra no cemitério do Prado do Repouso na secção privativa da Misericórdia do Porto.