MMIPO

Monteiro dos Santos e a sua visão humanitária

António Monteiro dos Santos, natural da freguesia de São Pedro de Miragaia, destacou-se pela filantropia e visão humanitária. Filho de Manuel António dos Santos e de D. Maria Ermelinda Monteiro dos Santos, ambos naturais de Azurara, no concelho de Vila do Conde, manteve um vínculo com a cidade do Porto, onde viria a concretizar um legado de grande impacto social. Era irmão de Manuel António Monteiro dos Santos, fundador do Asilo-Escola para Cegos de São Manuel, e foi precisamente essa obra que procurou reforçar, ao deixar à Misericórdia do Porto 30.000 escudos com o objetivo de unir o Asilo e a Escola de Cegos num só estabelecimento, perpetuando a memória do irmão.

No seu testamento, datado de 1924, estipulou que os valores do seu testamento fossem distribuídos por várias instituições de caridade do Porto, desde hospitais a creches, passando por albergues e maternidades, com a condição de não estarem sob gestão estatal ou autárquica. À Santa Casa da Misericórdia do Porto atribuiu ainda verbas significativas: entre 1.500 a 6.000 para cada um dos estabelecimentos de caridade e beneficência, 36.000 escudos para a secção de socorros domiciliários, 30.000 escudos para o Hospital Geral de Santo António, e montantes equivalentes para a criação de uma sopa económica e de um lactário. O seu plano filantrópico incluiu também a edificação de dez "Bairros dos Pobres" - os Bairros Monteiro dos Santos - e a construção de um Asilo-Hospital para Incuráveis e Inválidos, para o qual destinou 800.000 escudos em papéis de crédito.

António Monteiro dos Santos faleceu a 28 de maio de 1924 e foi sepultado no Cemitério Privativo da Venerável Ordem Terceira de São Francisco, em Agramonte. No MMIPO, o seu retrato pintado por Eduardo Moura em 1926 integra a sala dedicada à História e Ação da Misericórdia do Porto, preservando a memória de um benfeitor cuja contribuição perdura nas instituições que ajudou a consolidar e nos ideais de solidariedade que continuam a inspirar a ação da Santa Casa.

Esta partilha integra a nova rubrica MMIPO Invicto: ecos de história e cidade, dedicada a revelar episódios da história do museu, a sua ligação à Invicta e a filantropia dos benfeitores que contribuíram para a ação da Misericórdia.




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